Ilhas Feroe (Faroe Islands)
O arquipélago é formado por 18 ilhas maiores e outras menores desabitadas que acolhem, ao todo, 47 mil pessoas em uma área de km². Na ilha maior (Streymoy), encontra-se a capital, Tórshavn, com 16 mil habitantes (1999). As terras mais próximas são as ilhas mais setentrionais da Escócia (Reino Unido), que ficam a sul-sueste, e a Islândia, situada a noroeste.
São autónomas desde 1948, tendo decidido não aderir à União Europeia. Gradualmente têm alcançado maior autonomia e para o futuro tem-se descortinado a possibilidade de tornarem-se independentes da Dinamarca.
Como território autónomo da Dinamarca, as Ilhas contam com um Alto Comissário — representante da Rainha da Dinamarca, com um parlamento unicameral formado por 32 membros (Løgtingið) e um primeiro-ministro chefe de governo (løgmann).
Na língua local — o feroês — o nome das ilhas é Føroyar, e em dinamarquês Færøerne. O nome — Føroyar — é composto por før (ovelha, carneiro) e oyar (ilhas), significando por isso "ilhas das ovelhas".
O nome tradicional em português, "Féroe", provém do nórdico antigo Færeyjar, que significa literalmente "ilhas das ovelhas" ou "ilhas dos carneiros", e chegou à nossa língua proveniente do francês Féroé. Similarmente, temos Feroe em espanhol, Féroe em galego e Faroe em inglês.
Fontes linguísticas tradicionais portuguesas recomendam a grafia "Ilhas Faroe". É essa a grafia adotada, por exemplo, pelo Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa, de José Pedro Machado, e pelo Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa de Rebelo Gonçalves, pelo Dicionário de Cândido de Figueiredo (1899), pelos dicionários portugueses da Porto Editora, pelo dicionário de Caldas Aulete e pelos dicionários brasileiros como o Houaiss, o Aurélio e o Michaelis. É também a grafia recomendada no Ciberdúvidas da Língua Portuguesa pelos linguistas F. V. Peixoto da Fonseca e Carlos Machado.
Por sua vez, o Código de Redação Interinstitucional da União Europeia utiliza Ilhas Faroé. No Ciberdúvidas da Língua Portuguesa o linguista A. Tavares Louro utiliza ainda a grafia Ilhas Faroé. . Num outro artigo no Ciberdúvidas um autor resume: "Em suma, atualmente existem duas formas corretas em Portugal: uma mais antiga, Féroe, e outra mais recente, Faroé."
No que tange às fontes linguísticas brasileiras, o Dicionário Houaiss adota "Ilhas Féroe", tal como as fontes portuguesas. É "Féroe" também a forma adotada pelo dicionarista Caldas Aulete. O Dicionário Aurélio atesta tanto "Féroe" (primeira forma apresentada na etimologia do vocábulo "feroês) quanto "Feroé" (usada na definição do mesmo vocábulo).
No campo dos órgãos de comunicação social, quase todos – quer portugueses, quer brasileiros – usam indiscriminadamente uma miscelânea de grafias, sendo que algumas não estão (ainda) prescritas por fontes linguísticas. Em Portugal, a RTP usa as grafias: Faroe, Faroé e Feroé; e o jornal Público usa Faroé e Faroe, embora o seu próprio livro de estilo defenda Feroé. Já na brasileira Globo, a preferência recai sobre as grafias Feroe, Faroe e Feroé, bem como Ilhas Faroes. No jornal O Estado de S. Paulo, utilizam-se Feroe, Faroé, Faroe e Feroé. Por fim, a Folha de S.Paulo usa Feroe, Faroé, Faroe e Faroes.